Resiliente

"Nós somos ásperos por força do hábito
Trazemos o sangue muito quente
Vivemos de migalhas, promessas e batalhas
Estamos rindo de nervosos
Cobertos de feridas num beco sem saída
No entanto o coração palpita
Estamos lúcidos, atentos com fôlego
Armados de fé até os dentes
Truques, acrobacias, palhaços e magias
Estamos vivos de teimosos
Circo de marionetes, chuva de canivetes
No entanto o coração se agita"
 
(Almôndegas, 1978) 

Mãos grossas de vassoura, unhas roídas de tensão; pelos mal aparados, eu mesma me faço: não tenho tempo não. Um olhar medonho, meio medo, meio torto, meio estrábico, meio insano. 

O cabelo meio liso, meio rubro, meio cacho. Mais pra baixo, bem pontudo, meu joelho, eu odeio, fica oculto pela saia, meio larga. 

A postura é meio curva, pela vista, ainda turva, dos meus países arrebalados que insisto em carregar, tão pesados, aqui fora. É só isso, por ora.  


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Éam?!?

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