Das Nachtleben
O encontro
Ao longe, no fim da rua, ele vê uma silhueta feminina
Algo inexplicável, como uma curiosidade absurda, o faz se aproximar
Feito destino, eventualmente eles deveriam se encontrar
Ele finalmente se aproxima e a vê: alva como neve, cabelos negros como petróleo
Repentinamente ela o encara. Um olhar frio, sem expressão
A sensação que ele tem é de que ela lê sua alma
E realmente ela o faz, e aquilo tudo é amedrontador
Apesar do horror, ele não consegue se mover
Tudo o que pode fazer é manter o olhar fixo no fino rosto dela
Quase que como sob encanto, ele dá um passo em direção a ela
O abraço
Suas mãos tocam as costas pálidas e frias dela por baixo da blusa
Ela esboça um sorriso e o aperta com braços desproporcionalmente fortes
Ele sente como se suas costas fossem partir ao meio
O suor frio lhe percorre o corpo
Seu coração dispara quando ela aproxima seu rosto do dele
O beijo
Ela agora definitivamente sorri
Os lábios vermelhos contrastando com os dentes brancos
Ele não espera quando seus lábios são tocados pelos dela
Como uma presa indefesa, ele só responde aos estímulos da predadora
Os lábios frios dela lhe causam pavor
E ainda assim ele não pode resistir
O beijo cessa, ela deita levemente o pescoço dele para o lado esquerdo
E o sorriso dela se torna malicioso...
A não-morte
Há algo a mais no sorriso dela desta vez
Enormes caninos surgiram de lugar nenhum
Ele está desesperado, pois já sabe o que vem depois
Uma só mordida! Um longo e doloroso grito agoniante e uma dor lancinante
Ele sente todo seu sangue se esvaindo
A visão fica turva, embaralhada
De repente, tudo escurece
A morte havia chegado?
A fome
(Corvus, 2015)
*Este poema foi escrito por um leitor do blog Torre no Porão. Corvus é um pseudônimo.
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Éam?!?