Also sprach Zarathustra
Estava lá, já no final daquela vegetação rasteira, seca, pouca, monocromática.
Avistava, apertando os olhos contra os raios volumosos de um sol dourado, um pequeno quarto cuja varanda dava para o outro lado da última montanha da cordilheira.
Queria soltar as malas que carregava, vestir-se de lua e correr, correr, de olhos fechados para não saber o caminho, para não regressar.
Mas a realidade veio em forma de chuva. Riu, pensando se invés de nuvens acinzentadas, máquinas de lavar flutuassem no céu. Olhou para cima e viu seus próprios pés. Se era uma quimera, não sabia, mas molhou-se. Abaixou-se, buscando algo para se proteger, e abrindo a bolsa uma criança o abraçou.
Seus instintos, quase todos, tentados a abandoná-lo; medo, angústia, dúvida. Mas seus olhos penetravam-lhe o corpo e moviam seus braços. Tomou-no e correu, tentando ainda realizar suas veleidades primeiras, mas nada mais havia em sua frente. Não sabia por onde guiar-se, só via uma escuridão fosca, lentamente, latentemente, iluminada por faróis. Soube o que vinha dali, e preferia o atropelamento a ser deixado.
Avistava, apertando os olhos contra os raios volumosos de um sol dourado, um pequeno quarto cuja varanda dava para o outro lado da última montanha da cordilheira.
Queria soltar as malas que carregava, vestir-se de lua e correr, correr, de olhos fechados para não saber o caminho, para não regressar.
Mas a realidade veio em forma de chuva. Riu, pensando se invés de nuvens acinzentadas, máquinas de lavar flutuassem no céu. Olhou para cima e viu seus próprios pés. Se era uma quimera, não sabia, mas molhou-se. Abaixou-se, buscando algo para se proteger, e abrindo a bolsa uma criança o abraçou.
Seus instintos, quase todos, tentados a abandoná-lo; medo, angústia, dúvida. Mas seus olhos penetravam-lhe o corpo e moviam seus braços. Tomou-no e correu, tentando ainda realizar suas veleidades primeiras, mas nada mais havia em sua frente. Não sabia por onde guiar-se, só via uma escuridão fosca, lentamente, latentemente, iluminada por faróis. Soube o que vinha dali, e preferia o atropelamento a ser deixado.
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Uno Moralez |
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ExcluirTalvez você diga a verdade. Eu não sei, mas talvez você possa me responder se a origem da palavra 'alcool' é diretamente oposta à de morte e de mágica: imago. Porque com ele as máscaras caem. E não há face bela que sobreviva.
ExcluirPensando melhor, não perca seu tempo...
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ExcluirDas três, a mais bela e admirável é a mais inútil. E eu sou hedonista demais. Se é mini ou macro, não me cabe mensurar, mas é uma certeza, e vou bem com ela, obrigada.
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ExcluirÉ o que eu diria sobre "certeza". São só panaceias. Se eu sou compreendida dizendo que acredito, então que seja! Como disse em outras postagens dessas, "Só tenho fé cega e pé atrás; eu só quero gozar no final". Eu ando no caminho do meio e tô na trupe do capeta porque tentei me equilibrar. É tudo ilusão de ótica! Só olhando de cima é alto. Mas pra tudo há um preço, até pra mediocridade, e ela é um prato cheio pra mim.
Excluir"O homem é uma corda esticada entre o animal e o super-homem: uma corda por cima do abismo; perigosa travessia. Perigoso Caminhar; perigoso olhar para trás, perigoso parar e tremer. O que é de grande valor no homem é o fato de ser uma ponte e não um fim; o que se pode amar no homem é ele ser uma passagem e um acabamento."
ResponderExcluirÉ um trecho de Assim falava Zaratustra. E só pus em alemão por motivos óbvios. Talvez seja pretensioso, mas no fundo são só conexões que talvez 1% dos leitores entenda.
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ExcluirNão seria esse o grande segredo da vida? A corda no pescoço? Mas a verdade é que todo mundo gosta de um bom exemplo, de uma versão, de uma tradução. Todo mundo acha lindo se doar, mas imperdoável se reprimir; veneram as lágrimas mas odeiam a tristeza; amam as criancinhas mas odeiam trocar as fraldas. Ou eu sou muito mais ou menos ou não há possibilidade de viver com essa gente, nem com nenhuma gente.
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