Ando só
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Magritte |
Ziguezagueando, retira displicente do canto dos olhos as poucas evidências de sua passagem pelo país das fadas. E então, rodeado de luz, choca de água gelada o rosto.
Esconde a nudez, encosta os lábios nos dela e sai, rodeado de expectativas a atender. No trem, rodeado de possiblidades, salta no mesmo lugar, e lá, rodeado de gente, rodeia-se de fios sonoros que o imunizam dos acasos.
No fim da tarde, passa pela praça favorita de conhecidos, mas continua para seu lugar escondido. De frente para a parede desenhada pela sujeira e laureada por espelhos, vê um olho, um umbigo, um nariz, mas não vê ninguém.
https://m.youtube.com/watch?v=TItvS5Uwdqk
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