Flame Heritage
O ar, ainda úmido naquele canto, atingia-nos com efeito letárgico
Não nos importávamos
Tudo permanecia igual
Pelas paredes, ouvíamos o trottoir dos desamparados
Uma vibração reverberaba em redor
Naquela música dançávamos
Intocados pela pressão
Sim, nos era como música
Habitar, consciente, os últimos momentos
Minutos finais da existência do tempo
Era alento,
Inventar uma panaceia para sentir o vento
Abrimos as tampas
Logo cedemos ao desejo de ver
So far away
O brilho das chamas
Longe do madrigal que nos enevoava
Os gritos e gemidos irrompiam do oceano
Vertendo as películas que nos amalgamava
E a brisa que suave nos polinizava
De lufadas virulentas nos fez desengano
É de sua autoria?
ResponderExcluirEverton, é sempre uma surpresa levantar na escuridão do Porão quando alguém bate à porta; muito melhor quando se trata de alguém como você! Obrigada pela visita. Sim, é de minha autoria. Este blog é autoral, mas em raras circunstâncias reproduzo textos de terceiros, sempre entre aspas.
ResponderExcluirDevo dizer que é lindo, invejo sua habilidade com as palavras.
ResponderExcluirLeio sempre seu blog, te acho uma poetisa
ResponderExcluirvoce escreve muitas coisas lindas com muinta sensibilidade
Sendo assim fiz esta homenagem a voce.
A lua projetava seu olhar verde
Sobre os velhos arabescos das flores calmas
A pequena varanda era como o ninho futuro
E as ramadas escorriam gotas que não havia.
Eu me pus a sonhar o poema da hora.
E, talvez ao olhar meu rosto exasperado
Pela ânsia de te ter tão vagamente amiga
Talvez ao pressentir na carne misteriosa
A germinacão estranha do meu indizível apelo
Ouvi bruscamente a claridade do teu riso
Num gorjeio de gorgulhos de água enluarada.
E ele era tão belo, tão mais belo do que a noite
Tão doce como mel dourado
Que ao vê-lo trilar sobre os teus dentes como um címbalo
E se escorrer sobre os teus lábios como um suco
E marulhar entre os teus seios como uma onda
Eu chorei docemente na concha de minhas mãos vazias
No quarto com minha solidão.
Caro Beto,
ExcluirLeio com bastante apreço às suas palavras. Seu texto é belíssimo, uma pintura. Sobretudo agradeço sua visita e espero que encontre aqui palavras de acalanto.
"Os minutos finais da existência do tempo..."
ResponderExcluirCertamente uma lembrança a se desejar, imaginar e sobretudo, a temer.
Temo que eu deseje tanto por eles, Sir Brandt!
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